Também devemos ser felizes no trabalho
A felicidade é, regra geral, o objetivo de vida de todos nós. É importante estarmos felizes para o nosso próprio bem-estar, na medida em que previne doenças cardiovasculares, reforça o sistema imunitário, ajuda no combate ao stresse, aumenta a esperança média de vida, entre outras.
Sabemos que grande parte do nosso tempo é passado no trabalho, muitas vezes já sendo considerado a nossa segunda casa, pelo que também é importante que esta seja uma casa feliz. Felicidade no local de trabalho é mais do que esperar o final do mês para receber a remuneração ou que chegue a sexta-feira para se poder dar a semana por terminada.
A felicidade no trabalho tem sido estudada e, segundo Fisher (2010), as suas causas, do ponto de vista das organizações, pode estar relacionada com o stresse causado ou não pela entidade empregadora, no trabalho propriamente dito, com o superior hierárquico, ou com outros aspetos do ambiente de trabalho. Temos a necessidade de sentir que confiança na organização, nos seus valores e nos princípios que defendem, ao mesmo tempo que necessitamos de equidade (e.g. justiça), conquista (e.g. desafio profissional) e de espirito de equipa. Evidentemente, outros fatores também influenciam a felicidade laboral, como a formação dada aos colaboradores, a segurança laboral, entre outros.
Por outro lado, de um ponto de vista mais individual, ao nível das tarefas, vários autores sugerem que fatores como autonomia, diversificação de tarefas, os equipamentos a utilizar, possibilidades de desenvolvimento, capacidade de resolução de problemas, entre outros, contribuem para a felicidade no trabalho. Também, e igualmente importante, está no tipo de liderança que os indivíduos têm, uma vez que a confiança num líder é um forte preditor de satisfação e de compromisso no trabalho. As relações interpessoais no local de trabalho também são um fator para a felicidade, na medida em que permite aos trabalhadores fazerem parte de uma comunidade no trabalho (Fisher, 2010).
Outro fator importante para a felicidade no trabalho são os acontecimentos espontâneos, que provocam bons estados de humor e emoções positivas. Estes estados emocionais positivos podem ser alcançados através de eventos que envolvam reconhecimento, responsabilidade, crescimento, realização, tarefas desafiantes, e performance/desempenho profissional (Fisher, 2010).
Então, na prática, o que se pode fazer para promover ou aumentar a felicidade no trabalho?
• Do ponto de vista pessoal:
o O que já se faz ou deve fazer para obter felicidade no geral – praticar a gratidão, explorar motivações intrínsecas, envolvermo-nos em atividades em que alcancemos um estado de flow, investir em relações significativas;
o Investir na nossa performance, através do alcance de objetivos e metas a curto prazo;
o Procurar um trabalho e/ou tarefas que seja congruente com os nossos valores ou propósito de vida;
o Ter consciência de quais são as nossas virtudes e forças individuais para que esteja mais claro quais são as profissões ou tarefas onde as mesmas podem ser exploradas.
• Do ponto de vista organizacional (Fisher, 2010):
o Promover uma cultura organizacional saudável e respeitosa dos seus colaboradores;
o Promover o desenvolvimento de competências aos líderes;
o Promover o reconhecimento, tratamento justo e segurança dos colaboradores;
o Desenvolver trabalhos interessantes, desafiantes, autónomos, e rico em feedback;
o Promover o desenvolvimento de competências e o crescimento profissional.
Referências Bibliográficas:
Fisher, C. (2010). Happiness at Work. International Journal of Management Reviews, Vol. 12, 384-412.