Sabe o que é Neurofeedback?
E se fosse possível observar a nossa própria atividade cerebral? Poderíamos aprender a regulá-la? Modificá-la? Tornar o cérebro mais eficaz? A resposta é sim, e isto, através da técnica chamada neurofeedback. Não estamos sempre conscientes do que acontece nas nossas cabeças e sem a perceção do que está a acontecer no nosso cérebro, é difícil gerir e regular a nossa própria atividade cerebral. Mas tornando-a visível e audível por neurofeedback, a regulação torna-se mais acessível.
O neurofeedback é uma técnica não-invasiva de autoregulação neurofisiológica que permite solicitar a atividade cerebral de uma forma mais eficaz. Esta prática permite melhorar aspetos psicológicos como a concentração, a motivação, a qualidade do sono, o stress, entre outros.
Qual a importância de regular a atividade cerebral?
O cérebro é responsável por imensas funções relacionadas com o corpo, muito mais do que apenas a criação dos pensamentos. É responsável também pelo processamento das perceções, da coordenação motora, da gestão do stress, do controlo da atenção, da regulação do sono, do equilíbrio emocional e hormonal, da empatia e muito mais. Ajudar o cérebro a trabalhar de forma mais regulada e eficaz, permite melhorar os aspetos supracitados de forma estável e durável.
Como funciona o neurofeedback?
Primeiro, é medida a atividade neuronal com uma técnica chamada electroencefalografia, que regista a atividade cerebral em tempo real. Ao colocar elétrodos à superfície do crânio, de forma não-invasiva e indolor, mede-se a atividade sináptica dos neurónios. De seguida, esta atividade é devolvida ao paciente sob forma de som e/ou vídeo, o que permite ao paciente percecionar a sua própria atividade cerebral. Este feedback é a ferramenta do processo da autoregulação.
Durante a primeira sessão é necessário medir a atividade cerebral em vários pontos do crânio, de modo a definir os parâmetros a serem regulados. Este processo demora cerca de 20 minutos.
Nas sessões seguintes inicia-se a intervenção onde geralmente um ou dois elétrodos passivos (apenas tiram medida, não emitem qualquer sinal para o cérebro) são colocados no couro cabeludo. O paciente encontra-se em frente a um ecrã com vídeo e/ou música. Estes medias vão tocar e parar de acordo com a atividade cerebral. Quando a atividade cerebral é mais favorável o vídeo e/ou música tocam, e quando a atividades cerebral é menos favorável os medias pausam. Com este feedback, de forma consciente ou inconsciente, o cérebro aprende a auto-regular-se.
Quantas sessões são necessárias?
O número de sessões necessárias pode variar significativamente em função da complexidade das dificuldades que o paciente apresenta. Mesmo que os resultados se possam fazer sentir desde a primeira sessão, a mudança estabiliza ao fim de alguma prática. Geralmente, para obter resultados duradouros são recomendadas pelo menos 8 sessões de 30 minutos, uma a duas vezes por semana.
Dr. Leonard Belime, especialista em Neurofeedback