Educar ou cuidar qual a diferença?
Vivemos numa sociedade cheia de pressa e distrações, em que a prioridade é que as coisas sejam feitas, não interessa se com qualidade ou não. Infelizmente o mesmo está a acontecer com a educação. Quando falo de educação, refiro-me à transmissão de valores, de conhecimento, de ensinar a saber fazer. Só quem cai sabe como cair e também apenas dessa forma pode aprender a levantar-se. Uma das maiores dualidades da educação é dar espaço a que crianças e graúdos possam ganhar competências, algumas das quais envolvem dor, frustração e tristeza. Por instinto, a maior parte das pessoas prefere evitar que aqueles que amam sintam quaisquer dificuldades, mas na realidade ao fazer isso, não está a educar, está a cuidar. Como é natural, cuidar faz parte da vida,e existem momentos em que é fundamental fazê-lo. Mas se todas as quedas forem amparadas, se todas as dores forem diminuídas e se todas as tristezas forem evitadas, a pessoa não saberá lidar com as adversidades da vida, e estas fazem parte. Onde há o bom há o mau. Os opostos estão presentes em todo o lado e todos precisam ter conhecimento disso, todos precisam aprender a lidar com essa polaridade, estar preparado para tal. Daí que por vezes é importante deixar cair e estar lá para ajudar a cuidar das feridas. Educar é preparar para a vida, é dar ferramentas para lidar com os acontecimentos que possam surgir no dia a dia, é deixar doer e ensinar como recuperar da dor; é deixar aproveitar a alegria e a felicidade dos bons momentos e ensinar a criá-los; é mostrar o caminho sem necessariamente fazer parte do mesmo. É de facto um assunto para alguns controverso, mas necessário para que a sociedade aprenda a funcionar de forma autónoma. Quanto mais munirmos as pessoas para o futuro, mais forte será a sociedade que o irá liderar.